escreveo em grego, sobre a agricultura, trattados de que o tempo ainda respeitou alguns fragmentos. (11) D'Arcadia a Deosa, etc. - Diana, a quem eram consagrados o Lyceo e o Parrhasio, montes da Arcadia, que The offereciam abundante caça. (12) Deixam as fontes do Criniso, etc. - O Criniso, o Pantagio, e o Gela são nomes de rios; Camarina é o de uma lagoa mephytica na Sicilia. (13) Arethusa e Alpheo. - Veja-se o livro 5.o das Metamorphoses d'Ovidio. (14) Cyane, guarda e satellite de Proserpina, reconheceo a joven deosa nos braços de Plutão, e quiz deter o roubador, que a metamorphoseou em fonte. (15) Envergonhe-se o Hybla, etc. - Os antigos celebraram muito o mel do Hybla, monte da Sicilia, assim como os perfumes da Panchaia e Sabá na Arabia, e do Hydaspe na India. (16) Immortal ave, etc. - É a Phoenix, ave fabulosa, que inspirou amenos versos a Lactancio, Claudiano, Lermæo e Ovidio. (17) O Lipare se turba, etc. - A discordia removeo Lipare, filho d'Ausonio, do imperio de seu pae; uma frota o transportou, com um exercito numeroso, da Italia para a ilha que hoje tem seu nome. Sendo já velho, casou Cyane sua filha com Eolo, filho de Hyppotades, o qual de toda a parte chamou habitadores para aquellas regiões, até então desertas. Lá se Томо V. 21 forjavam os raios de Jupiter nas ferrarias dos Cyclopes, sob a direcção de Vulcano. (18) Que trasborda o Peneo, etc. - Este rio, na Thessalia, nascia junto ao Pindo, e atravessava o valle de Tempe. Filho do Oceano e de Thetis, tambem teve uma filha, que foi Daphne, primeiro objecto dos amores d'Apollo. 0 (19) Os brados com que o Dindyma commovem. Dindyma, o Ida, a Mygdonia, etc. eram montes e paizes da Phrygia, berço do nascimento e do culto de Cybelle. O Dindyma lhe deo o appellido de Dindymene. (20) O Amsancto, etc. O valle d'Amsancto, entre a Apulia e a Campania, era guarnecido d'espessas florestas, e atravessado por uma torrente, que volvendo-se com fragor por cima de rochedos, ía despenhar-se n'um abysmo, que se reputava como a boca do inferno. Desta horrivel caverna sahiam exhalações pestiferas, que nem as aves podiam supportar, se alguma vez passavam por cima della. LIVRO III. (1) Desejei que a indigencia estimulasse, etc. --- Os habitantes da Hespanha meridional adoravam a Pobreza no mesmo altar que a Industria, aquella como estimulo dest'outra. Este pensamento é tambem o de Theocrito no idyllio dos Pescadores. (2) E da Chaonia os fructos não consinto, etc. A Chao nia, região do Epiro, hoje a Albania na Turquia Europea, continha extensas florestas de azinheiras, cujas bolotas dizem os poetas que ministraram o alimento dos primeiros homens. (3) Achemeneo Rei, etc. - Achemeneo, ou Achemenides, é um nome patronimico que significa um homem descendente de Achemenes, rei da Persia, pai de Cambyses, e avô de um Cyro, differente do grande Cyro. Daqui vem chamarem-se os antigos reis da Persia Achemenides, como diz Herodoto no livro 1.° cap. 125. Os poetas estendem ainda a significação deste nome, e assim como chamam Enneades e Romulides aos Romanos em geral, chamam tambem Achemenides aos Persas; e dizem Achemeneo, para dizer Persa. (4) O Simois, rio da Troada, que descia do monte Ida, incorporava-se no Xanto, e perto do promontorio de Sigeo desembocavam no Hellesponto. (5) E de Scylla assustada os antros doira. - Allusão ás duas voragens de Scylla e Charybdes, no estreito de Messina, entre a Sicilia e a Italia. Sobre esta fabula de Scylla, e sua transformação, póde ver-se Ovidio nas Metamorphoses livro 14. Dos escriptores que trabalharam a respeito de Claudiano, uns attribuem ás devastações do tempo, outros á morte do auctor, a imperfeição da sua obra. O espaço que ainda lhe restava a percorrer, foi trilhado por dois poetas, igualmente distantes um do outro no seculo e no merecimento. Ovidio nas suas Metamorphoses (livro 5.°), e nos seus Fastos (livro 4.°) descreveo as carreiras de Ceres, não com aquella magestosa pompa que obriga a admiração, mas com a ligeireza de phantasia que muitas vezes provoca um sorriso. O anonymo cujo poema intitulado CERES LEGIFERA Claverio publicou em 1619, para servir de continuação aos tres livros do Roubo de Proserpina, mostrou pelo seu exemplo que Claudiano teria sido muito máo poeta se não fora mais que um geographo. A este supplemento, improprio para indemnisar-nos do canto cuja salta deploramos, preferimos a modesta escusa do Cavalheiro Marino, que remata a sua imitação de Claudiano no idyllio de Proserpina (La Sampogna, idyl. 5.°) com os seguintes versos: TOMO V. 21 * Quindi al pensier pietoso Quanto si tace imaginar ne lascio; E del Greco pennello Imitator novello, Con l'accorto velame D'un silentio facondo Quel ch' esprimer non sò, copro e ascondo. VARIANTES DO TOMO V. ARTE POETICA D'HORACIO. A paginas 11, verso 14.°: Salvo da rota náo, dos bravos mares?... Variante: Entre náos destroçadas, bravos mares?... A pag. 31, verso 15.°: Subir aos astros, e tornar-se em nada. Variante: Subir ás nuvens, e tornar-se em nada. A pag. 33, verso 22.°: Ennio jamais nem Accio consentiram Variante: Accio apenas e Ennio consentiram A pag. 41, verso 14.°: Por isso tantos, desprezando a arte, Variante: Por isso, desprezando tantos a arte, |