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no seio das côrtes geraes resoárao logo propostas naó só licenciosas a respeito da Religião, mas até heterodoxas? Entretanto longe de nós o approvarmos que se chamasse ás armas, e se derramasse sangue para conservar uma Religião de paz, que firmada nas promessas inabalavėis de Jesus Christo jamais pode recear dos ataques do mundo, e do Inferno. Dizemos somente que em cazos taes o crime dos Frades e Padres Portuguezes, e Hispanhoes naö he tão feio, como? pintão, e a precipitada avidez dos liberaes de obter uma completa liberdade do consciencia deo occasiao e motivo justo aos temores dos homens religiozos, que gemiao dentro de si pella desmoralisação e estrago dos povos, que presagia. vão, e a que os conduziria necessariamente a lingua impia, e accoeus desregradas dos que havião de abusar da liberdade contra a Religiaō e os costumes, embora o prohibissem as mesmas instituiçoens liberaes. A liberdade adora-se no Gabinete do Philosopho, porque este naō sup-* põe os homens, como sao, mas como devem ser: porem na pratica dar a chamada liberda de politica a um povo, sem primeiro o fazer religiozoe virtuozo he dar a um mentecapto uma espada afiada, com que se degolará mais dia, menos dia.

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CAPITULO 14.*

Ultima consequencia do que fica expendido.

61. Do que fica exposto acerca do Christianismo se segue, que a Religiao Christan, pe Catholica he a unica Religiaò rasoavel do umiverso, e por isso mesmo a unica, quo pode chamar se Religiuō da razaö —; nio, porque sua doutrina deixe de ser revelada, mas por que he a unica Religião, que a razas recta, e imparcial dicta a todo homem, que deve seguir. Com effeito a razao nos dieta que ha um Deos (1.), e conseguintemente um culto (20.), e uma só Religiao (22.): temos provado que um culto dietado so pella razaò para tode o genero humano he uma chimera (26. ≈); alem disso um culto tal seria filho do racioci nio, e para raciocinar, ou intender os raciocinios alheios acerca do dogana e da moral, sãơ necessarios principios, e desenvolvimento da razaó tal, de que nao sao capazes a maior parte dos homens (26.): e se este culto fosse que podia dictar a razaó a cada homem de per si, ou seria nenhum em uma grande parte,

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eu serião tantos es cultos, quantas as cabeças; e a extravagancia, e absurdo de cada culto estaria na razao da maior, ou menor cultura do espirito de cada individuo, ou da sua estupidez. Daqui conclue uma razao san, que o culto, que deve dar a Deos todo o genero humano deve ser revelado as provas desta Revelaçaö são factos, isto he, milagres, que attestão o facto da Revelação (30.): e tacs provas são accomodadas á capacidade de todos os homens; pois para se convencer por ellas, basta-lhes ter os sentidos sãos, e estar em sco perfeito juizo (31.). Temos demonstrado que entre todas as religioens do universo só a Religião Christan tem o caracter de revelada, logo só ella hea verdadeira Religião dictada pella razão; ou a Religião da razao. Os incredulos não aprezen tão contra esta Religiao uma só prova positiva jamais poderão enfraquecer a certeza dos factos, em que se funda o Christianismo, e nada mais fazem, do que semear duvidas ácinte, dizer, e contradizer-se. Nenhum delles tomon jamais o trabalho de estudar a Religião. Póde um homem ser bom Grammatico, grande Mathematico, ou Medico insigne, e ignorar Theologia pode ter mui distinctos conhecimentos em qualquer destas sciencias, e não saber de Roligiao mais que, um simples Fiel. Para adquirir um perfeito conhecimento da Religião

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sdiz Mr. Bergier, e das provas, que em todos os tempos se tem opposto aes sophismas de scos inimigos não he muito 40 annos de um estudo assiduo nao ha em cada seculo grande numero de homens, que tenha a coragem de se entregar a elle. Para ser o que chamão Philosopho incredulo nao he necesssario, nem estudo, nem trabalho: bastao algumas broxuras, v. g. a pertendida carta de Taillerand, o citador, a voz da razão e semelhantes, para doutrinar uma mocidade insensata, alias bem ignorante; e quanto mais limitados são seos conhecimentos, mais atrevido he cada um em dogmatizar, e decidir todas as questõens. Para crer alguma coiza são precisas provas, para nada crer bastã ser ignorante, e teimoso.,, A maior parte dos incredu los tem renunciado a Religiao por libertinagem, por vaidade, e fiados na authoridade de algum, que elles pensam ter pesado a materia maduramente: isto he confessado por elles mesmos em seos escriptos. (System de la Nature t. 2. c. 13. p. 360 Sc.: Le bon sens §. 103, 182 188) Ainda nisto a Religião Christäa he mais a Religian da rasao que a incredulidade, ou outra qualquer do globo: os maiores homens do mundo, os maiores Philosophos (xx), Artistas,

(xx) Refirimo nos aqui aos tempos Christãos: e nż antiguidade, se cxceptuarmos os povos depositarios da Re

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inventores, os talentos mais extraordinarios, os mais exactos Chronologos, os homens mais versados nas antiguidades, e costumes dos povos, os mais insignes viajantes foram Christaos. Qual será pois mais conforme com a rasaō, seguir a authoridade destes grandes homens de todos es secules, ou de meia duzia de modernos superficiaes? qual he mais racionavel crêr as verdades do Christianismo com a maioria dos sabios do Universo, ou descrer tudo, e mofar da Religiao com os Parny, Voltaire, Rousseau e Dupuis? Tantos homens sabios, e conhecedores da Religiao, e versados nas antiguidades profanas, e sagradas, nunca se lembraram, nem de que era possivel pôr em questão a existencia e milagres de Jesus Christo, um Escriptor no cabo de 17 selos atreve-se a duvidar até da existencia desta sagrada personagem, e só pelo frivolo motivo de nao estar bem fixado o anno do seo nascimento; quantos homens grandes tem havido, de cuja existencia nenhum Sa

velação, que he o que se sabia? O Diccionario dos homens illustres fornecerá a nossos leitores superabundantes provas do que avançamos. Bastará notar, que as sciencias, e as artes no estado de perfeição, em que hoje as possuimos, ou nasceram, ou se melhoraram no seio do Christianismo ; que os povos mais civilisados são Christãos, e qus as nações, que deixaram o Christianismo, todas jazem na barbarida de, em que por isso mesmo recairam.

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