Obrazy na stronie
PDF
ePub

mesmo Jesus Christo, que diz aos seos Apostolos se não quizerem ouvir vossa doutrina em qualquer cidade, sacudí o pó dos vossos sapatos, e ide para outra he o que os encarrega da vigilancia do rebanho, e lhes manda, que o abriguem dos lobos, e falsos prophetas, que mantenham a união na fé, que estremem

[ocr errors]

joio do bom trigo, &c. Assim o praticaram` es Apostolos: não só desmascaravam os falsos Doutores, mas os excluiam da sociedade dos Fieis, e embaraçavam toda a communicação religiosa com elles.

Não pode conceber se uma sociedade civil sem leis ja fica demonstrado (21.) pela rasão, e pela pratica de todos os Legisladores, que a religião he necessaria para fundar, e conservar a sociedade civil, logo a religião deve ser a primeira lei da sociedade: subre esta base devem fixar-se todas as outras leis. Como póde por tanto um Governo sabio, e justo tolerar os que degmatisam contra a religião estabelecida, sobre que basêam as leis, e a sociedade? foi fundada a Religião Christaa no universo ha 18 seculos, todas as Potencias Christaas tem firmado sua legislação d'accordo com os principios moraes e dogmaticos desta Religião. Como podem os Governos Christãos ser indifferentes para os que com palavras, e escriplos a atacam, e desacreditam ?

Ainda que o Christianismo não fosse a uniea verdadeira Religião, como está demonstrado que he, ninguem com tudo póde duvidar, que nenhuma das religioens do universo apresenta uma moral tão pura, tae sublime, e taō propria a felicitar os povos: he esta uma ver, dade confessada por seos mesmos inimigos. Um Legislador sabio escolheria para fundar a sociedade o Christianismo, por ser a melhor Religiao possivel, ainda abstrahindo de sua divindade: mas qualquer que seja a religiaō, sobre que assentam as leis, ella deve ser pelo menos tao inviolavel, como as mesmas leis. O. Governo nao póde embaragar-se com o que cada um pensa, mas deve vigiar, regular, e punir og actos externos, palavras, e obras. Uma cousa he a liberdade de pensar, outra a de fallar e escrever: nao devem confundir se estas duas cousas. Se tudo o homem por direito natural tem a liberdade de pensar em materia de religiao, como lhe parecer, nao he assim a respeito de fallar, e escrever: qualquer cidadao tem a liberdade de pensar bem, ou mal das leis do see paiz; que elle interiormente as approve, ou censure a ninguem póde prejudicar; mas se elle declama, escreve, ou obra contra as leis he de certo digno de castigo; o mesmo deve entenderse a respeito da religiaò, que he uma lei, e a mais necessaria, e base de todas as leis.. Por

desgraça nossa estas cousas se confundem ha muito tempo em todas as nagoens, em que se estabeleceo a liberdade da imprensa! he mui difficultoso nao passar do pensamento ás palavras, e destas a escriptos, e accoens. Um coraçao corrompido não póde deixar de bafejar seo venenoso halito n'uma, ou n'outra occasiao.

Estabelecida a verdade da Religião Christaa, he sem duvida, um dever dos particulares, e dos Chefes tanto seculares, como Ecclesiasticos, o defende la, protege-la, e cohibir os espiritos inquietos, e iniquos, que a atacam e blasphemam. Chamar se há intolerante um Governo, porque castiga os que abusam da liberdade da imprensa atacando a honra do Cidadaō, eu do Governo injustamente? e nao deverá ser igualmente castigado o que deshonra, e insulta a Religiaō, assim como aquelle, que corrompe a moral publica, que nella se estriba? O Governo, que nao tomasse todas as precaugoens possiveis para fazer inviolavel esta Religiaō, , e nao ordenasse penas contra os que ousassem ataca-la, seria insensato, ou maligno. Longe de mim porém o apoiar de qualquer maneira os rigores escandalosos da extincta Inquisição! nem a Religiao, nem a Politica › necessitam de semelhante esteio e longe de nós tambem a tolerancia, que exige a incredulidade! na linguagem, dos incredulos Tolerancia he o

[ocr errors]

mesmo que a indifferença a respeito de todas as religioens, sem se importar, se sao todas igualmente verdadeiras,bu igualmente falsas ; se uma he mais vantajosa que a outra á sociedade civil; dizem que tudo se deve encarar ao muito, como simplices leis nacionaes, que não obrigam, senaō, em quanto o Governo as pretege, e os subditos se 'lhe querem sugeitar; que o melhor partido he nao fazer religião algunia dominante, e constituir entre ellas uma perfeita igualdade; alguns mais atrevidos, e insensatos nao querem religião alguma, e sustentam que todo o particular deve ser o arbitro de ter uma religião, ou nenhuma.

Esta tolerancia pedem elles a altos gritos; mas só para sí! entendem que tem a liberdade de declamar, e escrever contra toda a religião, de professar altamente o Deismo, isto hẽ, ama chimera de religião, o Atheismo, Materialismo, Septicismo, isto he, nada de religião, segundo o gosto de cada um; de accumular imposturas, calumnias, injurias grosseiras para tornar odioso o christianismo, os que o professam, os que o defendem, ou protegem, os Sacerdotes, os Magistrados, os Soberanes; e entendem

que esta liberdade lhes pertence de dintendem

natu

ral, e que todos os outros devem sofre-los, até por direito divino; e quando alguem se oppoeni a seos attentados, chaman-lhe perseguidor. Pon

[ocr errors]

do de parte a injustiga desatinada de semelhante conducta, vejamos se tem lugar a tolerancia, que exigem Primeiramente: uma naçao, em que no ha religião dominante, não tem religião alguma una nação, assim constituida, se he possivel, e na qual fosse permitido a cada um seguir livre, e publicamente o culto, que squizesse, ou nenhum, seria tão monstruosa, como aquella, em que cada um tivesse a liberdade de escolher as leis, porque queria ser governado, ou de viver sem leis: nada haveria de certo, e stabil na moral, e conseguintemente nas leis, que lhe dizem respeito. O indifferentismo em religião suppoem que Deus não exige de nós algum, culto, ou se o exige não se dignou prescreve-lo, o contrario fica demonstrado(); approva igualmente o theismo, e o Polytheismo, as supersticoens da idolatria, e o culto mais racionavel, os crimes com que os po. vos barbaros pertendem honrar a Divindade, e as virtudes, em que as naçoens civilisadas fazem consistir a religio, he blasphemar evidentemente contra a providencia, sabedoria, e santidade de Deos: he suppor que qualquer culto contribue igualmente para a felicidade dos povos, e boa ordem da sociedade, que uma religiao, falsa, e absurda produz os mesmos effeiw-tos, que una religio verdadeira, e rasoavel. Basta comparar o estado, das naçoens Christaas

E

[ocr errors]

M.

« PoprzedniaDalej »