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imaginar Alfieri, que seja mais favoravel á h berdade dos povos ? em que sentido póde elle assoverar que a Religio Catholica he incompativel com a liberdade ? comparem-secos Governos, fou Monarchias Christias e Catholicas com as Monarchias pagñas, ou Mahometanas, eum juiz imparcial decida em qual dellas ose respira liberdade: he evidente que o despo tismo mais duro pesa sobre estas, em quanto aquellas gozam de um governo mais, du menos livre.

CAPITULO 12.☺

A Religião Christaa provada pela cadea de er bros, em que se precipita necessariamente, que se desvia de seos principios, au das verdades, que ella nos ensina.

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59. Todos os artigos da fé Christãa são baseados na authoridade de Deos, que os revelou, e da Igreja, que os propoem, como revelados. A Igreja, como dissemos, nao tem nova 'reveLaçao, mas he a guarda fiel do deposito da fé, que lhe foi commettido por nosso divino Salvador, e pelos Apostolos. Todo aquelle, que reousa crêr um artigo qualquer da fé Christaa, Togeita por isso mesmo a authoridade, que.baseado mesmo artigo, e fia mais de sua rasaō

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em materias, que são superiores ao aleance da mesma, do que da authoridade divina, e da Igre ja, que lhe propoem. como verdadeiro, aquel, le artigo: tendo todos os artigos da fé a mes ma base, a saber, a authoridade de Deos, o da Igreja, despresada esta ácerca de um, fica prostergada a respeito de todos, e a rasao he constituida arbitra unica do que se deve crêr; e admittir em Religiao, desta sorte um herege de boa Logica he infallivelmente Suoiniano, isa to he, deve regeitar absolutamente todos os mysterios do Christianismo. Sendo, por exemplo, um artigo da fé Christăa, seguído a doutrina de Jesus Christo, e dos Apostolos, e de todą a Santa Igreja, que a mesma Igreja tem poder de absolver o peccador da pena eterna, que me. reseo, e que depois da remissaó desta pena, o peccador ainda he obrigado a satisfazer á jus, tiga divina por uma pesa temporal, que consiste no castigo voluntario, que o peccador exerce contra sí mesmo, afim de reparar ás injuz ria feita a Deos, e a damno causado ab piro ximo, por meio de obras satisfactorias, a ora, gao, o jejum, a esmola, a mortificação dos sentidos, todas as praticas de piedade, e Religia@ feitas com o soccorro da graça, e por um mo, tivo de contricgao; Luthero, negando a neçes» sidade desta satisfaçao, e tirando á Igreja o pos der de perdoar os peccados por meio da absolr

víçao, regeita a authoridade de Deos, e da Igreja, que estabelece estes dogmas: ora esta mesma authoridade he a base de todos os outros dogmas, e mysterios do Christianismo; se ella nae he un, motivo sufficiente para assentir a uns, tambem naō basta para admittir, outros: a Revelação he um facto, este só póde ser provado por testemunhas: logo, se Luthero fosse consequente, uma vez que perdeo o respeito á authoridade da Igreja, e a reputou nulla, deveria regeitar todos os mysterios, e he o que fizeram justamente os Socinianos, seus discipulos, melhores Logicos sem duvida nesta parte que seo mestre. Dirao, que Luthero, e outros hereges foram sempre submissos á palavra de Deos, e só recusáram sugeitar-se ás decisões da Igreja respondemos com Mr. Bergier, que esta submissaō he absolutamente illusoria: pois como podia saber-se quaes eram os livros Camonicos, que eram escriptos por um author inspirado, que continham verdadeiramente a palavra de Dees, e segurar-se no verdadeiro sentido della, senao pela authoridade da Igreja ? posto o principio a Religião Christaa he uma Religião revelada · delle se segue necessariamente, 1. que devemos recebe la pelo orgão daquelles, que Deos especialmente encarregou de a ensinar, e nao por outro canal: poistodo o homem, que nao he enviado de Deos, is

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to he, revestido de uma missão divina, naö tem authoridade para dogmatisar os talentos, as luzes, a santidade, e todas as vantagens possiveis de nenhuma sorte podem supprir a falta des eta missaō Jesus Christo a communicou aos Apostolos, e estes a seos successores: esta missap he attestada pela ordenação dada á face da Igreja desta maneira se tem perpetuado o Christianismo até nós, e assim deve conservar-se até o fim dos seculos: 2. que a Revelação do Christianismo, que he um facto geral, deve provar-se, como todo outro qualquer facto, pela tradicção oral, pela historia escripta, pelos monumentus, ou pelos ritos exteriores, que lhe sao relativos nenhuma destas provas deve ser regeitada; de sua harmonia perfeita resulta o mais alto grão de certeza, qual a que se exige nos negocios mais importantes da vida: 3.0 que este facto geral da revelação do Christianismo se decompoem em uma multidao de factos particulares, que devem provar-se da mesma sorte, que o facto geral: toda a questão em materia de Religiao se reduz a perguntar se Jesus Christo, e os Apostolos ensinaram tal doutrina nada importa que elles a naō escrevessem 2 porque nos restam ainda outras duas provas, á saber, a tradicçao, e os monumentos. Logo toda a authoridade em materia de fé se reduz ao testemunho. Quando este testemu

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who he constante, uniforme, e universal da par te das differentes Igrejus, ou sociedades Chris taas dispersas no mundo, nao póde ser falso: quando as testemunhas saō revestidas de caracter, juram, e protestam que lhes nao he nem permittido, nem possivel alterar o facto, de que depoem, seo attestado he o mais forte e respeitavel.

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Tal he o testemunho das Igrejas dispersası, enunciado pela boca de seos Pastores. Donde se segue, que a uniformidade, ou Catholicida de da doutrina entre estas sociedades dispersas he a verdadeira regra de fé para os grandes, e pequenos, para os sabios, e ignorantes: Nes ta fonte só he que póde beber qualquer a pus ra doutrina de Jesus Christo, e dos Apostolos. A Escriptura he um livro fexado para o sim ples fiel, que nao sabe lêr, e ainda menos, raciocinar, e discutir sobre o texto: he uma fon te sellada, ou um jardim tapado para o saë bio, que nem póde apreciar sua authoridade, nem colher as verdades, que nella se encerram, sem que a Igreja lho aponte, e abras, o dirija, e illustre. Logo regeitar a tradicção pelo silencio da Escriptura, em lugar de supprir este silencio pela tradicção, e pela força dos mo❤ numentos; resistir ao testemunho, e á decisao da Igreja, e buscar a palavra de Deos na Ess criptura, cuja autenticidade he só conhecida

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