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sensiveis, como definem os Theologos, de uma graça espiritual, instituidos por Jesus Christo, para sanctificação de nossas almas, nada aprezentam, que possa chocar o bom senso, e a recta razaō, A Religiaō Catholica admitte sete Sacramentos, o Baptismo, a Confirmagaō, a Comunhaō, a Penitencia, a Extremia Uncgaō a Ordem, e Matrimonio: seos effeitos saō a Regeneraçao, a purificaçao da alma, a remissão dos peccados, o dʊm da graça, e do Espirito Santo. Será por ventura impossivel a Deos, ou indigno de seos attributos o ligar a certos sig. naes sensiveis os dons, graças, ou beneficios que quer liberalisar a suas creaturas? Não he pelo contrario muito conforme com a bondade; e sabedoria divina, reunir os homens na profissão de uma mesma. Religião por meio de, signaes visiveis, e symbolos mysteriosos, que fazem impressao em nossos sentidos ?

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"A carne, diz Tertulliano, he lavada pelo Baptismo, a fim de que a alina seja purificada; recebe a uncção para que seja consagrada a Deos, imprime-se-lhe o sello da cruz. ,, para que nella tenha a alma uma defêza contra seos inimigos; impoem-se-lhe as mãos, para ,, que a alina receba as luzes do Espirito Santo. He o corpo, que partecipa do corpo, e ,, sangue de Jesus Christo, para que a alma seja divinamente alimentada.

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Se comparamos a maneira de ser do corpo de Christo na Eucharistia, com a maneira de -existir dos outros corpos, parece-nos, que este corpo nao póde estar em muitos lugares no mesmo momento, nem existir debaixo das qualidades sensiveis de pao, sem que a substancia do pão ahi esteja tambem: porém ignoramos em que consista a substancia dos corpos separada de suas qualidades sensiveis, e he uma semrazão comparar o corpo sacramental de Jesus Christo, com os outros corpos além de que a replicação dos corpos he possivel á omnipotencia de Deus, como demonstra a Metafisica; e nos objectos, que vemos, ouvimos, cheiramos &c. não ha, se não a força de excitar em nós as sensaçoens; as côres, os sons, o cheiro, &c. são sensaçoens nossas, e não propriedades dos corpos não ha por consequencia absurdo, ou contradicgao de razaō em que Deos. cause em nós ao vêr, tocar, cheirar, comer, &c. a Eucharistia, as mesmas sensações, que nos produziria o pão, ou vinho, se ahi estivessem realmente estas substancias.

Do que temos exposto se segue, que nenhum dos artigos da doutrina do Christianismo se oppõe claramente á razão, e portanto a Religião Christan tem o primeiro caracter de verdadeira. (36.)

§. II.

Da existencia, pregação, e milagres de Jesus: em confirmação da doutrina do Chris tianismo.

41. A existencia de Jesus Christo, sua pré-gação, e milagres em confirmação de sua doutrina, são factos provados para todo o genero de pessoas pela tradicgaō mais autentica, e so bre a qual naō póde haver a menor duvida a nao querer de proposito postergar toda a autoridade humana, e cahir n'um pyrrhonismo historico universal.

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Todo o Christao desde menino recebe da boca de seos pais, mestres, parentes, amigos e concidadãos, ou sabios, ou illiterados, estes factos, como recebidos de testemunhas oculares e incontestavelmente verdadeiros, e todos affirmam tê-los recebido taes de seos antepassados: os Prégadores, e Pastores de primeira e segunda ordem, em suas catequeses, e homilías nos re cordam e confirinam esta mesma doutrina, estes mesmos factos, a vida de Jesus Christo, sua prégaçao, e seos milagres, e sobre elles baséam a moral, que nos intimam nas assembléas dos Fieis a era vulgar, ou Christan fixa a época destes accontecimentos. Em todo o mundo Chris

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tao, ainda nas mesmas seitas, que se tem desviado do gremio da Igreja Catholica, se professa a mesma crença a este respeito: isto mesmo crê e confessa o Portuguez, o Francez, Inglez, o Polaco, o Hespanhol, o Russo, Alemao, Italiano, o Asiatico, o Africano, &c.: esta tradicçao uniforme nos povos todos de diversos climas, ragas, costumes, e civilisagaō, e de interesses differentes, não póde proceder de conloio entre si para forjar factos de tanta importancia vemos ao mesmo tempo, que ha 18 seculos os maiores homens do universo, os mais insignes Philosofos abraçaram, e creram estes mesmos factos: foram logo recebidos verdadeiramente por uma tradicção incorrupta desdo es primeiros, que os annunciaram, como testemunhas oculares, e fidedignas (38.): logo saō verdadeiros. Demais, esta tradicçao he corroborada por monumentos existentes, e presentes quotidianamente aos olhos de todos, que demostram nao só a realidade dos factos, e da revoluçaō, que causaram no universo, mas assignalam sua antiguidade, e testeficam a uniformidade de crença de nossos antepassados. As cruzes, e imagens, as igrejas e altares, o nome de Jesus gravado, e invocado por toda a parte, e o nome de Christao, que tem os que professam esta Religiaō, as festas, que se celebram em honra do nascimento, e mysterios da vida de Jesus Christo.

e de sua mái, a Virgem Maria, dos seos Apostolos, Discipulos, e Martyres, ou dos homens conspicuos na virtude, e na sabedoria, que acreditaram, como nós, seos milagres, e sua divindade, e praticaram sua doutrina, e especialmente a festa da Pascoa, e o Domingo; o symbolo, que recitamos, sao outros tantos monumentos da existencia, pregaçao, e milagres, e doutrina de Jesus Christo.

Todo o mundo sabe, que a cruz era um supplicio infame, infame, e he, ha muitos seculos, um objecto do culto, e veneragaō universal; este culto he relativo a Jesus Christo, que nella morreo crucificado pela salvaçao do genero humano, logo a cruz he um monumento de sua existencia, de sua doutrina, de seos milagres, e de sua divindade, e da revolucao, que operou no universo a pregaçao dessa mesma doutrina: o mesmo digo dos paineis antiquissimos, que nos reprezentam, assim como os modernos, diversos passos da vida, morte, e milagres de Jesus Christo, e dos seos Apostolos, tudo conforme ao que nos diz a historia, e a nossa crença actual.

A Pascoa he a festa, que a Igreja Christan celebra en memoria da ressurreiçao de Jesus Christo, o maior, e mais assombroso de seos milagres, o qual só basta para demostrar sua divindade; esta festa foi instituida no tempo mesmo dos Apostolos, testemunhas oculares desta

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