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po nos representa o Christianisme estabelecide ja entre os Allemães, Persas, Scytas, na Asia, na Hespanha, e nas Gallias, (b) entre os Nomades, (c) Mouros, (d) e (e) Getulos. ( Disput. advers. Gent. l. 1. p. 15.)

Do que temos exposto se vê que no espa

(b) As Gallias comprehendião os paizes ao Sudoeste da França Gallia Aquitanica, a provincia de Leão Gallia Lugdunensis, os paizes ao norte da França, e parte das 17 provincias Belgicas — Gal* Ka Belgica, e o sudoeste da Franga - Gallia Nur. boneng's.

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(e) Nomadas - Nouadas lhe chamavao os Gregos, • os Latinos -Numidas: sao povos errantes da Afrie delles se chamou Numidia esta parte da Afriea, que forma a Regencia d'Argel; em Cirta, sua capital se celebrou um concilio em 303, hoje se chama Constantina.

(d) Erao os habitantes da Mauritania, regiio, vasta, que se estendia desde a Numidia até ás praias do Oceano Atlantico, tendo ao norte o estreito de Gibraltar, e o Mediterraneo, e ao Sudoeste o monte Atlante maior (Induacal) e a Gætulia. Hoje faz parte do imperio de Marrocos.

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(c) Os Gætulos povos nomades da Lybia, terior. A Africa propriamente dita era o paiz, que hoje occupa a Regencia de Tunis em Carthago sua capital se celebrarao os concilios já mencionades, e outros nos annos 306, e 308,

go de 71 annos desde a Ascençao de Jesus Chris to até á morte de S. Joao Evangelista, que falcceo derradeiro de todos os Apostolos em 104, no imperio de Trajano, o Christianismo estava propagado nas tres partes do mundo entao conhecido que continuando os discipulos dos Apostolos a mesma divina missao, esta Religião se vulgarisou de maneira, que, quando Constantino Magno ficou só no trono em 323, por toda a parte se adorava Jesus Christo, e a maio, ria dos povos professava o Christianismo.

Note-se que sendo tantas, e tão apartadas as Igrejas fundadas pelos Apostolos, e discipulos de Jesus Christo, e tendo-se cada um delles disgregado para os diversos paizes do Universo, em toda a parte annunciárão sempre o mesmo Deos, a mesma doutrina, os mesmos Sacramentos, a mesma união, e obediencia a Pedro, e seos legitimos successores. Era impossivel encontrar esta conformidade em qualquer systema de religião inventado pelos homens.

He tambem evidente pelo que temos dito que Bayle mente despejadamente, ou era totalmente hospede na historia da Igreja, quando e atreveo a affirmar, que até Constantino "mui poucos tinhão abraçado o Christianismo, ,, estes só da baixa plebe. Arnobio já citado põe entre os argumentos da verdade do Christianismo não só a sua propagação rapida, e mu

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dança, que tinha obrado nos costumes esta Religião, mas tambem o ter sido abraçada pelos mais conspicuos ingenhos, Grammaticos, Rhetoricos, Jurisconsultos, Medicos, e Philozophos.

Até Constantino a tolerancia' de alguns imperadores nada podia contribuir ao progresso do Christianismo, pois sempre era olhado, como uma Religião proscripta pelas Leis, a qual podiam perseguir impunemente tanto o povo como os Magistrados. Os Rescriptos dos Imperadores, que prohibiram perseguir os Christãos, não tendo outro algum crime, foram muito mal cumpridos, porque nossos Apologistas lho representão; os Governadores das Provincias, querendo agradar ao povo, lhe deixavão exercer livremente seo furor. Constantino convertido sómente concedeo a tolerancia e exercicio livre do Christianismo; mandou restituir aos Christãos as Igre, jas, e os bens confiscados, deo sua confiança aos Bispos, e concedeo izengoens ao Clero; fez guardar os Domingos, e abolio o supplicio da cruz. Prohibio aos Pagãos as ceremonias ma/gicas destinadas a fazer mal, mas toleroù as com que pertendiao fazer bem. Mandou assolar alguns templos Pagaōs, em que se conimettiam abominaçoens, e deixou subsistir os outros. Nao só nao violentou os Pagaós a fazer se Christaōs, mas declarou formalinente que nao

queria forçar ninguem. (Euseb. vida de Constant. 1. 2. c. 56, e 60).

Jamais foi morto, ou castigado com penas afflictivas Pagão algum por motivo de religiaō; e no imperio de Theodosio Junior, em 423 achamos uma lei, que prohibe perseguir os Judeos, e os Pagaōs, uma vez que vivessem pacificos, e submetidos ás leis. (Cod. Theod. tom. 6. p. 295.) Concluimos por tanto com Theodoreto que o poder dos Imperadores nada contribuio á propagação do Christianismo.

Os Apostolos e Discipulos de Jesus Chrito nada tinhaō em si, que podesse autorizar humanamente sua pregação: pobres, de baixa eondigao, illiteratos expunhão sua doutrina despida dos enfeites da eloquencia profana: não proinetião a seos sequazes riquezas, delicias, ou honras; mas com as palavras, e com os exemplus lhes persuadiaó o desprezo das coizas do mundo, a paciencia nos trabalhos, e perseguigoens, a tolerancia dos supplicios, e da morte: uma felicidade, que só pódia gozar-se terminando o curso da vida prezente, era o premio, que propunhaō á pratica das mais austeras virtudes.

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He indubitavel que a doutrina mysteriosa da Religiao Christan propondo verdades incomprehensiveis, subjuga a razão á autoridade divina, e sopêa o orgulho dos sabios; e a dau

trina pratica da mesma Religião se oppõe diametralmente aos affectos, e paixoens desordenadas do homem. A humildade, o amor dos inimigos, a penitencia não só são virtudes recommendadas, mas um dever. A polygamia, e o divorcio forao proscritos pelo Cristianismo: n'uma palavra, nada ha nesta Religião, que possa lisongear a ambição, a cobiça, ou orgulho do homem a vantagem, que de sua profissão podião tirar seos proselytos, erão os tormentos, e a morte. Homens carnaes, libidinosos, e habituados a satisfazer todas as paixoens, que vião consagradas no exemplo de suas Divindades nao podiao encontrar-se atractivo n'uma Religiaò tao severa. S. Paulo dizia aos Corinthios 1. c. 1. v. 23. "Nós vos pregamos Jesus Christo crucificado, que he um scandalo para os Ju,, deos, e uma estulticia para os Gentios.

Os povos, a quem entao foi annunciada a Religiaō, ou eraō Judeos, ou Idolatras; uns inchados pela sua sabedoria, ou dignidades, outros rudes, e idiotas: para os Judeos era difficultosissimo deixar seos ritos, ceremonias, e sacrificios, e despir as idéas de grandeza, poder, e dominio temporal, que haviam ligado á pessoa do Messias, e adorar como Messias, e como Deos, um homem crucificado pelas queixas, e accusaçoens, e pelos clamores de seos mesmos compatriotas: a idolatria tinha lança

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