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giao Fulminante, composta teda de Christãos, escreveo ao Senado, e Povo Romano, informando os do facto, e prohibindo inquietar os Christaōs em sua Religião. No imperio de Commodo, Pertinax, Didio Juliano, Niger, e Albino, o povo, e Magistrades das Provincias tiveram occasiaö opportuna de sevar seu odio contra os Christãos em razão das desordens e commoçoens do Estado. Septimo Severo em 193, como nos informa Tertulliano, teve entre os seos validos muitos Christãos, e mais de uma vez resistio ao furor do povo animado contra elles, mas nem por isso deixou de prohibir o exercicio do Christianismo, como attesta seo Historiador. No 4. anno deste imperio se celebrou • primeiro Concilio Romano, sendo Papa Victor 1., para decidir a questão dos Paschatitas, no qual foram excomungados os contumazes, e deste anathema se queixou então S. Irenæo, Bispo de Leão. Por esta mesma cauza, e no mesmo anno se reunirão os Concilios Palestino, ou Cæsariense presidido por Theophilo, Metropolitano de Cæsarea; o Pontico, o Gallica

no,

o Asiatico convocado por Polycrates de Epheso: o que mostra evidentemente quam espalhado estava já o Christianismo 100 annos depois da morte do Salvador. Por este tempo Tertulliano na sua Apologia c. 37. diz com toda a segurança: "Somos de hontem, e temos en

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,, chido todas as vossas Cidades, ilhas, eas, tellos, municipios, assembléas, os mesmos ,, arraiáes, as tribus, as decurias, o palacio, o senado, o fôro, e só ves deixámos os templos. Continúa por diante a enumerar os paizes, em que já se tinha plantado a Religião, • menciona a Mauritania, Hespanha, Britania, Sarmacia, Dacia, Scythia, Persia, Arabia, Media.

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Não sabemos como obrárão Caracalla, Geta, Macrino e Heliogabalo, successores de Septimo Severo desde o anno 211 até 222, em que subio ao trono Alexandre Severo: nos 13 annos do governo deste Imperador foram os Christãos mais bem tratados. Eusebio e S. Jeronimo dizem que Mamméa, mai de Alexandre era Christan, e que estimava singunlarmente Origenes Lampridio acrescenta que este imperador adorava Jesus Christo occultamente, e The quiz edificar um templo: o certo he, que não perseguio os Christãos.

No anno 235 Maximino, seo successor, e inimigo fez rebentar a septima perseguiçao, que fói sanguinosa, mas só durou dous annos. Pupiano, Balbino, e os trez Gordianos governárão pouco tempo.

Philipe, que lh es succedeo em 244, não perseguio os Christãos: alguns dizern que elletinha abraçado esta Religião: no anno 249 foi

vencido, e morto por Decio, que lhe succedeo, e fez uma guerra cruel ao Christianismo. Em 251 foi acclamado Imperador Gallo, e assosiado ao imperio Volusiano, seo filho, que em pouco tempo foram assassinados, e o mesmo saccedeo a Emiliano, seo successor. Em 253 subie ao trono Valeriano, que não foi mais humano, que Decio para com os Christãos. Gallieno seo successor em 260, e menos injuste, fez resituir aos Christãos 3 annos depois as Igrejas, que lhes tinhão impedido.

Por este tempo se celebrárao muitos Conilios por diversos motivos: em 215 o Africano, convocado por Agripino na questao dos Rebaptizantes, sendo Papa Zepherino; o Icomiense em 258, sendo Papa Estevaō; o Romano 2., sede vacante, na questão dos Lapsos em 253; e pelo mesmo motivo, e no mesmo arfno o Cartaginense 1., sendo Papa Cornelio; • Romano 3.; o Cartaginense 2. 2.° de 425 Bispos, convocado por S. Cypriano, o Cartaginense 3. em 258 de 71 Bispos, o Cartaginense 4. de S7 Bispos da Numidia, e Mau ritania, nestes dous ultimos se debateo a ques← tao dos Rebaptizantes.

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A Igreja gozou de paz no imperio dos successores de Gallieno até o anno 303, imperando Diocleciano, Maximiano, e seos collegas no qual começou a mais cruel perseguiçao con

tra o Christianismo, epocha notavel por começar nella a éra chamada dos Martyres, de que por muito tempo se fez uzo Esta perseguiçaō durou 10 annos : cessou em 313, quando Cons tantino, e Licinio ordenaraó por um edicto a tolerancia do Christianismo. A Igreja porem naō logrou uma paz solida, se nao, quando Constantino foi o unico Senhor do imperio, e professou o Christianismo.

Eusebio, Bispo de Cesarea na Palestina, o qual muitas vezes temos citado, e morreo no anno 338, conta na sua Historia Ecclesiastica 1. 3. c. 37, que os primeiros sucessores dos Apostolos, tendo, como elles, o doin dos milagres, faziaō assombrosas conversoens, de sorte que se viaō muitas vezes convertidos por uma só prégaçao povos inteiros; e no 1. 8. c. 1, 11. refere que antes da perseguiçao de Diocleciano tinha feito o Christianismo progressos incriveis, que muitos Imperadores havia@ confiado a Christaos os cargos, e governo das Provincias, e que haviam permittido a seos Officiaes, a suas mulheres, e a toda a sua caza crêr em Jesus Christo, e professar publicamente a Religiaō Christan. Depois menciona uma Cidade da Phrigia toda Christan, e onde nzö havia um só Pagão, e que foi reduzida á cinzas no tempo da perseguição e no l. 9. c. 6. conta o discurso, que dirigio ao povo o sacer

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dote Luciano em prezença dos Juizes, no qual este Santo Martyr toma os mesmos Pagaös por testemunhas de que mais de ametade do mundo, pars pene mundi jam maior, rendia homenagem á verdade do Christianismo; e no mes-mo 1. 9. c. 7. e 9. traz o edicto de Maximino contra os Christãos em 235, que elle copiou da columna de bronze, onde estava gravado na Cidade de Tyro. Nelle se diz" que este erro perniciozo, e vão do Christianismo tinha derramado as suas trevas sobre quasi todo o universo:,, universum prope dixerim orbem terrarum confusione quadum oppressit: o mesmo Imperador escrevco algum tempo depois aos Governadores das Provincias, que no tempo de Diocleciano, e Maximiano, seos predecessores, quasi todos os homens renunciavao o culto dos Deoses, e se faziam Chistãos. O Autor da carta a Diogenes, que escreveo no fim do 1. seculo, ou no principio do 2.° diz que no seo tempo estavão os Christaos espalhados por todo o mundo.

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O Autor do Tratado sobre a morte dos Perseguidores conta, que Diocleciano hesitou muito tempo antes de começar a perseguição eruel, que fez aos Christãos: o seo numero o intimidava, e receava, como aconteceo, que a perseguição désse maior estabilidade a esta Religião. Arnobio, que escrevia no mesmo tem

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