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que asy ho gurasem por seu senhor verdadeyro e que lhe fosem sempre leaes porque asy era muyto seruiço de uosa alteza e bem delles e que desem todos mujtos louvores a Deos por lhes dar tam vertuoso senhor epor os meter em tanta amjzade e paz asy senhora que agora me parece e asy he verdade que esta terra he de uosa alteza e agora se pode chamar de uosa alteza e se fazer nella todo o que uosa alteza mandar, e dantes nom.

Eu senhora porque os feytores me mandaram fazer alguas cousas pera a casa de Guineé, nom vou, entam determiney per esta fazer saber a uosa alteza as forças deste causo ao que vosa alteza me mandou com Cyde Abodarramem, e asy da sua entrada nesta cydade. Detudo avyso uosa alteza como pasou.» DeÇafim aos vjnte eoito dias do mez de setembro de mil quatro centos noventa e oito annos (1498)= Diogo Borges.

CARTA DE DIOGO DE AZAMBUJA PARA EL-REI D. MANUEL sobre a fortaleza que se devia fazer em Safim

Senhor dias ha que jsto se deuera de fazer e por os muitos desuayrados têpos que correrã se nã pode fazer E asy como os tépos fora trabalhosos asy os nossos trabalhos vjera tantos que nã se poderyam majs auenturosos djzer que se não fora a uosa alteza Jorje da Maya que atodo foy presente nã podera acabar de escreuer as cousas que se oferecera è todos os negocios desta cidade e a elle rreporto muytas dellas e que uolas djga que eu nã tenho o esprjto pera tanto escreuer porem do moujmento destes rrejedores he necesaryo dar cõta a uosa alteza que me moueo côsentjr e ele por conhecer dele que outra agoa derramar se fazya, e asy nos querya sopear principalmente è desfazer quãto os Mouros la forã fazer por que seu fundamento foi e era estaré aquy os chrjstaaõs écurralados e atodos se qvebran os olhos è leyxar è esta rrua que na ver

1 ' Archivo nacional, corpo chronologico, parte 1, maço vi, n.o 69.

dade era grãde seruentja sua e pera quy vera uosa alteza quãta ocupaçã trazzia de matar e rroubar e huns aos outros que perdera todo cujdado de nos outros e quãdo andauam ē sua furya eu no cesaua fazer menos rrepayros co madeyra que tinha mujta que vjera da ilha. E asy trjgosamête se fez que quãdo ueo ase queredo poer osol eu estaua ja çarrado cõ muro eduas torres deles tomadas etodaquella noute se trabalhou ê abrjr aporta no muro que nũca se partyo ajemte de la ataa que se pos è poto de se asetar o portado o qual no dja segujnte se asetou e fechou co chaue, e doutra parte nã cesaua de fazer-se as paredes do atalhamento da rrua que quãdo veo oterceyro dya eu nã temya ja nenhũ poder dos Mouros nã porem que nã seja necesaryo fazer-se muyta obra pera seer feyta fortaleza de verdade e nã tarde uosa alteza sequer segurar a cjdade a qual ja per toda a comarca darredor se chama Çafy dos christaãos e asy prometem dar dinheiro polla cabeça do Mouro de Çafy como polla do christaão e compre a uosa alteza que se desacupe dalgua parte epoer has maãos a esta terra que tam gãçada esta pera uos ser trabutarya é muita cãtidade.

Almedjna espera prjmeiro veer ho asemto que fazees cõ esta cjdade pera hir estar com uosa alteza he fazer o seu e asy me te escripto que lhe de embarcaçã pera a entrada do veraão esta he a coroa de Çafy, è que se toda nosa mercadarya se espera de fazer.

He rrezã que sayba uosa alteza como Deus acorreo a nosa necydade que foy muyta que ha bem cjmquêta djas pouco majs ou menos que ajemte nã comeo senã trjgo cosido e agoa frya do que nos adoeceo mujta jemte e faleceu algũa cõ esta mudãça dois rrejedores cada huũ daua amaneyra dauermos trjgo pera comer e co sua morte ouuemos vjda e Deus nos sosteue atagora, Allexjmã he rrejedor por seer pesoa mais aceyte a uosa alteza que outra algũa tras este, ele mãda á uosa alteza aujar seus feytos por que eu peço a uosa alteza que cõ elle se queyra auer nobremête por que sendo el côtente sera nosa vizinhaça mais certa esegura./

Item O que se rrequere pera se fazer tal obra principalmête he jemte pera que prestemête se posa despachar este verão

e asy todas outras perteças pera fazer como ja mandey diser a uosa alteza por os mestres que de ca foram que uosa alteza deue demãdar a esta obra porque cõ elles mêtendo e tenho todo praticado. E alem daque lhes mostrey he necesarjo fazerse hũa das torres mais poderosa que toda a casa e cjsterna dētro nela, a cal venha ẽ nauyos pequenos pera se mjlhor descarregar.

A cantarya ca a tjrarão e tambem se fara mujto tijolo com que podera escusar mujta della pareceme senhor que esta obra se deue fazer nobre por que a cjdade he tall que o merece eu ou vejo nela pasear uosa alteza e estes sam os cãpos pera que se fezera as carretas andare, e ase de cõprir o que estes Mouros acham que os crjstãos hã dauer esta terra cedo. E asy espero eu e Deus que eu ey de seer o que ey de poer abãdeyra è Marrocos e por jsto senhor vos da mujtos fjlhos pera que façaes huu rrey de Marrocos e pera estas obras mãde-me uosa alteza alguũ boõ home que êtenda njso e ande sobrelas por que eu caso. E se caua se ouuer de fazer boos cauouqueyros, e os omeès de seruiço serà besteyros e espjngardeyros damtre tejo e odjana êlegjdos por uoso mãdado e nã por uoso anadel moor que é cousas que a my toquê peço a uosa alteza ho aparte delas por me fazer merce e asy peço a uosa alteza que proueja esta jente de seruiço de vjnho por que estas agoas de cjsternas os matã que nã aqui nenhus que a correça nã persyga e os que morre ela os leua. E asy de todos outros matjmētos.

Item nã tenho hum corregimēto pera misa senã hữu que mêprestarã em Lagos que he rrezã que made tornar, uosa alteza me mãde outro e asy mãde ao capelam seu ordenado do que ha dauer.

Item o que ha dauer o fjsyco.

Item o barbeiro, ese os pagara ho feytor.

Item-despois que ando nestas partes tenho gastado da uosa feitorya pouco menos nouēta mjl rreis da feytorya de castello rreal no qual castello estiue acerca dũu ãno. E agora vay e cjnquo meses que estou aquy gastando o que tenho eo que não tenho uosa alteza olhe jsto co cocjemcia e deme rre

medyo não me leixe perder de todo, as carnes gaste-se por uoso seruiço, más buscar que gaste è morrer êpenhado nã deuo esperar tal galardam, uosa alteza mordene que coyma.

Item Dos cento e cjnquêta mjl rreis que eu pedy ẽ Abrates pera cõprar matjmento pera Castello Rreall como aquy nã achey pam mãdyo o djnhejro a jlha ao voso almoxyryfe que ho ẽpregrase é mãtimêto eho mãdase êtregar ao feytor e Castello Rreal pera o dar aqueles que aly qujsesem fjcar è Cascaes de Taujla o trouue e dele come agora jsto pasa por esta maneyra e nã ho dem a emtemder a uosa alteza por outra. E mãde tomar cota ao feytor que ora he e acharseam estes ceto e cjnquêta mjll rrejs é seu poder cõprados e mãtjmentos que se gastã cõ os que estã oje em dya na fortaleza. E por que fez ordenaça pera aquelle castello mãde sua altesa que étemda è pagar este ljuraméto pois que ho ano he ja pasado.

Item se a obra se ha de fazer venha ferreyros
Item-fragoa de todo coprjda

Item ferro

Item aço

Item picaretes

Item lauacas

Item cunhas marras.

Item exadas e alferces porque esta caua ha de ser maa de fazer e adesgastar mujta ferramēta, por ho mesejeyro dAlexyma escreuerey ho mais que sobre vjer ou esquece.

Item senhor eu sey que uos amde pedjr alguus ofjejos ou carregos, peço a uosa alteza que se lembre que eu tenho sobrinhos e crjados que uos seruè cada dya, que me proueja delles pera os rrepartjr por elles principalmente adajl pera Frãcjsco dAlmeida, e alfaqueque pera Frãcjsco dAbreu que sam homes que ho merece asy os de Cafy como de Castello Rreal e njsto me fara merce// de Cafy xxII dias de dezêbro de (b°bij) 1507 anos. beyja as maaos de uosa alteza Diogo dAzābuja.

ADVERTENCIA

INTRODUCÇÃO:

INDICE

Conquistas dos portuguezes na Berberia.....

O christianismo na Africa..

DOCUMENTOS:

N.o 1-Carta de D. João II, de 16 de outubro de 1488, ao al

Pag.

V

IX

XXXV

caide e mordomo de Safim.............

LIX

N.o 2-Carta dos moradores de Safim a D. Manuel, de 2 de
julho de 1509....

LXII

N.o 3-Carta de D. Manuel aos moradores de Azamor, de 22
de janeiro de 1504....

LXXVI

N.o 4-Leis de Ben Tafufa para a provincia de Harrás..

LXXXI

N.o 5-Carta dos moradores de Azamor a D. João III (1520?) LXXXVII
N.o 6-Carta do caied Elattar a D. João III, de 3 de novem-

bro de 1530 ...

XC

APPENDICE I-Bibliographia de alguns escriptos mais importantes dos seculos XVI e XVII, sobre a historia da Africa septentrional

APPENDICE II-Relação dos bispados de Africa no seculo v....

LIVRO I

BISPADOS DE CEUTA, TANGER, SAFIM E MARROCOS

CAPITULO I-BISPADO DE CEUTA-Posição geographica - Povos que a dominaram-É conquistada pelos Portuguezes-Sua incorporação no dominio hespanhol-Creação do bispado em 1417 por Martinho V-Área da diocese-Accrescem-lhe as administrações de Valença do Minho e de Olivença por bulla de Eugenio IV, confirmada por duas de Nicolau VXisto IV tira-lhe Olivença e reune-a a Braga—É incorporada de novo em Ceuta em 1512, e annexada Valença a Braga por contrato entre o bispo D. fr. Henrique e o arcebispo primaz D. Diogo de Sousa, confirmado por Leão X-Creada a diocese de Elvas, reune-lhe Gregorio XIII em 1570 o territorio de Olivença, e fica Ceuta reduzida á terra de Africa-Pensão imposta a seu favor no bispado do AlgarveImmediata á sé apostolica com o titulo de primaz de Africa-Declarada suffraganea de Evora em 1540, e de Lisboa em 1571-Sé de Ceuta-Sua ruina-Transferida para a igreja

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